Corte de impostos deve resultar em nova queda de preços neste mês

Julho registrou a maior deflação da história, motivada pelas isenções fiscais sobre os combustíveis e a energia elétrica

Corte de impostos deve resultar em nova queda de preços neste mês

maior deflação desde 1980 não deve encerrar o ciclo de queda dos preços na economia nacional e deve ser repetida, em menor magnitude, nos dados do mês de agosto, ainda com reflexo do corte de impostos sobre os combustíveis e a energia elétrica.

Para os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve cair 0,15% ao final deste mês. Para setembro, as expectativas são de uma aceleração do índice oficial de preços, com uma alta prevista de 0,5%.

“Para os próximos meses, deve haver só mais um mês com deflação. A tendência futura para o IPCA ainda é de pressão e de variações altas e, consequentemente, acima da meta do Banco Central”, avalia Tatiana Nogueira, economista da XP Investimentos.

Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA, também não vê a deflação de julho como uma tendência para os próximos meses. "Pode ocorrer uma nova deflação, mas muito menor do que a registrada em julho, com a manutenção dos preços em um nível mais estável", afirma ele ao analisar que o governo não pode abrir mão de arrecadações com novas isenções.

O movimento de deflação surge em linha com a redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica e o corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação dos especialistas, o alívio no bolso deve ser momentâneo e persistir apenas até o fim de 2022.

Tatiana cita que o retorno da cobrança de PIS/Cofins vai trazer um impacto altista sobre os preços dos combustíveis. “O valor da gasolina pode subir até R$ 0,80 por litro, se acontecer o retorno da cobrança. Esse impacto pode ser esperado no começo de 2023, se não for estendida a isenção”, afirma ela.

Sodré, por sua vez, destaca que a manutenção da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, em um patamar elevado tem condições de inibir parte da inflação ocasionada pelas isenções fiscais. "Vamos ter uma inflação um pouco maior pelo menos no primeiro bimestre de 2023, mas o efeito pode ser menor pelo impacto da Selic mais alta", observa o economista.

As maiores quedas de preço em julho

  • São Paulo, SP - 06.07.2022 - Sacolão - Sacolão da rua Caio Craco, zona oeste da cidade. Oferta de legume, verdura, frutas e hortaliças, tempero etc. Foto Edu Garcia/R7
  • São Paulo, SP - 20.04.2022 -  Feira Livre da rua Cayowaá, zona oeste da cidade, Tradicional feira livre da cidade, fregueses compram, legumes, verduras, frutas e demais hortifrutigranjeiros.  Foto Edu Garcia/R7
  • São Paulo, SP - 06.07.2022 - Sacolão - Sacolão da rua Caio Craco, zona oeste da cidade. Oferta de legume, verdura, frutas e hortaliças, tempero etc. Foto Edu Garcia/R7

 

Fonte:https://noticias.r7.com/economia/corte-de-impostos-deve-resultar-em-nova-queda-de-precos-neste-mes-10082022