Preço de presentes e serviços no Dia dos Pais quase dobra em 1 ano
Nos últimos 12 meses, o aumento médio dos produtos mais procurados para a data foi de 12,21%; em 2021, alta foi de 6,76%
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Presentes e serviços mais procurados para o Dia dos Pais subiram, em média, 12,21% em 1 ano
- Esse percentual está bem acima da inflação do mesmo período, que foi de 7,99%
- Em 2021, conjunto com mesmos itens teve aumento de 6,76%, abaixo da inflação, de 8,75%
- O levantamento foi realizado pelo FGV IBRE, a partir dos preços de 30 produtos e serviços
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Os presentes e serviços mais procurados para o Dia dos Pais tiveram aumento médio de 12,21% nos últimos 12 meses. Esse percentual está bem acima da inflação apurada para o mesmo período, de 7,99%, após a deflação recorde apurada pelo IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna), medido pelo FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) para julho (-1,19%).
O levantamento foi realizado a partir dos preços de 30 produtos e serviços. No mesmo período do ano passado, a mesma cesta acumulava aumento de 6,76%, ficando abaixo da inflação geral daquele momento, que era de 8,75%.
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Matheus Peçanha, pesquisador do FGV IBRE responsável pelo estudo, esclarece a aparente contradição entre a deflação mensal do índice e os preços crescentes da cesta: “Essa deflação de julho foi extremamente focada em itens bem específicos, principalmente combustíveis e energia, mas o índice de difusão [percentual de itens que subiram de preço] ainda continua acima de 60%, mostrando que a pressão inflacionária está presente e disseminada. Nesta cesta de Dia dos Pais, por exemplo, apenas oito dos 30 itens tiveram queda de preço em julho, dentre eles, ironicamente, as passagens aéreas”.
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Peçanha fala em ironia pois a pesquisa também mostrou que a inflação dos serviços teve o maior impacto na cesta, um crescimento de 19,82%. Essa alta foi puxada pelas passagens aéreas, cujos preços avançaram 72,78% nos últimos 12 meses.
“O fim da temporada de férias aliado à redução nos custos do QAV e do GAV [combustíveis das aeronaves] proporcionaram uma deflação de quase 20% nas passagens aéreas em julho, mas ainda não foram suficientes para compensar a alta acumulada, que estava em mais de 100% no mês anterior”, comenta o pesquisador.
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Também na cesta de serviços, hotéis (9,64%), restaurantes (8,99%), e cinemas (8,65%) tiveram aumentos significativos com o fim das restrições sanitárias e o retorno da demanda. Em menor nível, excursões e tours (6,09%), teatros (3,79%) e shows musicais (0,13%) também sofreram alta.
Quanto aos produtos mais comumente escolhidos como presentes, o preço da cesta de 23 bens duráveis e semiduráveis teve um crescimento médio de 6,72%. Os principais aumentos vieram do setor têxtil: roupas masculinas subiram 12,69%, calçados masculinos tiveram elevação de 12,34%, cintos e bolsas ficaram 9,48% mais caros, e roupas de cama, mesa e banho subiram 9,44%. A principal causa desses aumentos foi a alta do algodão, na esteira da crise das cadeias globais de valor, ao longo desse último ano.
Ainda foram registradas altas notáveis na cesta em material para reparos de residência (11,08%), móveis para residência (10,49%), geladeiras e freezers (9,06%), e ar-condicionado (8,13%).
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Fonte:https://noticias.r7.com/economia/economize/preco-de-presentes-e-servicos-no-dia-dos-pais-quase-dobra-em-1-ano-12082022