Formados no exterior dizem que são vítimas de boicote no Revalida
Estudantes de Medicina que fizeram o último Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Universidades Estrangeiras (Revalida) que teve seu resultado divulgado na semana passada afirmam que foram vítimas de boicote por parte do instituto que realiza o exame que as provas são feitas para reprovar quem se formou no exterior.
Os médicos brasileiros formados em outros países acusam que de forma proposital o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de promover aumento indevido na nota de corte (pontuação mínima para o candidato ser aprovado), de inconsistências no conteúdo das provas e de falta de coerência na hora da correção.
Polemico desde a sua criação, o Revalida aplicado pelo Governo Brasileiro não agrada Conselho Federal de Medicina (CFM) e muito menos os profissionais formados em outros países que desejam exercer a profissão no Brasil.
Sem o Revalida, brasileiros ou estrangeiros formados em medicina em outros países não podem solicitar o registro nos conselhos de medicina do Brasil. O chamado 'CRM' autoriza o médico a trabalhar no país. “Isso acabou se transformando em uma reserva de mercado para quem se formou no Brasil, mesmo sem demonstrar capacidade, os alunos das universidades brasileiras podem, sem nenhum critério, exercer a profissão”, reclamou uma médica que fez faculdade na Bolívia.
De acordo com dados do Inep, mais de 7 mil candidatos estiveram presentes na primeira etapa do Revalida 2022. As provas foram compostas por questões objetivas e discursivas. Apenas 863 foram aprovados para a parte prática. E a aprovação final e somente 263 conseguiram passar. Uma aprovação de apenas 3,75%, a menor marca desde a criação do exame em 2011. A taxa de reprovação foi superior a 96 %.
Ainda no decorrer de 2023 existe a expectativa de mudança na forma de realização do Revalida e juntamente com a implantação do novo Mais Médicos do Governo Federal deve corrigir as distorções em relação a formação de profissionais de Medicina no Brasil. As mudanças enfrentem forte resistência por parte do Conselho Regional de Medicina (CRM) e de entidades representativas da classe por todo o Brasil.