BC pede que mercado financeiro estime impacto do El Niño na inflação

BC pede que mercado financeiro estime impacto do El Niño na inflação

BC (Banco Central) incluiu uma pergunta nova no questionário pré-Copom de setembro em relação à pesquisa realizada antes da reunião de agosto e deseja saber qual é o impacto potencial do El Niño sobre a inflação brasileira em 2023 e 2024.

A pergunta leva em consideração que o fenômeno tenha intensidade similar à registrada em 2015-2016, quando foi bastante forte, e questiona qual é o efeito que os analistas já consideram sobre o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial. A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) ocorre nos dias 19 e 20 de setembro.

O El Niño é um fenômeno climático que tende a aumentar a seca nas regiões Norte e Nordeste e elevar o volume de chuvas no Sul. Mais uma vez, o Brasil está sendo afetado este ano e os efeitos podem se estender até 2024. Nos preços, o efeito costuma ser de elevação de alimentos, especialmente in natura.

 

Na ata do Copom de agosto, o colegiado já havia revelado que considerava parcialmente os riscos relacionados ao El Niño em seu cenário base para a inflação. O BC projeta oficialmente 4,9% para o IPCA de 2023 e 3,4% para 2024, horizonte principal da política monetária.

No questionário, o BC também voltou a perguntar qual é o montante de receita líquida que os participantes já consideram em suas projeções oficiais para 2023 e 2024 que sejam derivadas do pacote de arrecadação extra do governo. Na semana passada, o Ministério da Fazenda apresentou junto com a proposta orçamentária um pacote de R$ 168 bilhões em medidas de arrecadação adicionais com o objetivo de zerar o déficit primário no ano que vem. 

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"Das medidas econômicas apresentadas ou em discussão para recomposição de receitas, qual o valor incorporado na sua projeção de receita líquida do Governo Central? Considere na resposta a diferença entre a sua projeção de receita para cada ano e aquela que você projetaria caso nenhuma medida para recomposição de receitas tivesse sido ou venha a ser tomada, considerando apenas o impacto direto das medidas", perguntou o BC.

 

 

Além disso, a autarquia pediu estimativas de hiato do produto para o primeiro e o quarto trimestres de 2023 e o fim do ano de 2024. Ontem, a diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do BC, Fernanda Guardado, antecipou que o órgão vai revisar a sua estimativa de hiato após a surpresa com o forte PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre (0,9%).

 

A autoridade monetária também fez os tradicionais questionamentos sobre as estimativas para o IPCA e PIB brasileiro, pedindo para o mercado esclarecer quais são os vieses das projeções e os riscos. Há também perguntas sobre o cenário externo, o balanço de pagamentos e o crédito. Por fim, o BC perguntou a expectativa dos participantes para as três próximas reuniões do Copom.

Fonte BC pede que mercado financeiro estime impacto do El Niño na inflação - Notícias - R7 Economia